Em comum, a paixão pelo Rio de Janeiro. Aberta para o público a partir do dia 16 de agosto, na H. ROCHA GALERIA DE ARTE, “RIOITAVACIMA” apresenta a visão pictórica de oito artistas plásticos sobre a cidade, seja pela topografia, pelas cores, pelos fenômenos climáticos... O nome vem de uma analogia com as notas musicais, como explica a curadora, Sonia Salcedo:
“Eu não consigo pensar no Rio sem pensar na harmonia que impera aqui. E harmonia tem tudo a ver com as notas musicais. Quando selecionei o oitavo artista para a exposição, logo veio a ideia da oitava nota, que é a que eleva o tom”
Augusto Herkenhoff, Xico Chaves, Jacqueline Adam, Carlito Rodrigues, Hugo Houayek, Neno del Castillo, Rodrigo Cardoso e Zbigniew Wieckowski, o Zibtch, expõem desenhos, objetos, escultura e pinturas, com as técnicas de pigmento sobre papel, acrílico sobre tela e óleo sobre algodão.
Uma das curiosidades é perceber como a origem de cada artista influenciou o seu olhar sobre a cidade. A série Marés, do mineiro Xico Chaves, apresenta planos sobrepostos em camadas de pintura com grandes proporções de água e pigmento, produzidos com materiais como minerais e resina acrílica. As telas assinadas pelo polonês Zbigniew Wieckowski remetem à força das chuvas e à beleza do céu alaranjado do verão carioca, sugerindo o contraste de cores e luzes. A exposição ainda traz as cores nas lonas plásticas sobre espuma de Hugo Houayek que revestem e constroem pequenas pinturas-objetos em sua série soft paint. Forma semelhante é apresentada na malha geométrica e cromática da série Corcovado e Pão de Açúcar, de Carlito Rodrigues, que lança um novo olhar sobre a tradição paisagística, graças à fragmentação e ritmo de pinceladas verticais e horizontais. Também inspirado na paisagem do Pão de Açúcar, Neno del Castillo cria a sérieAdamamada, com seus planos negros ou massas de sombra e luz. Este ícone também é objeto de pesquisa da série de relevos-silhuetas em metal idealizadas por Rodrigo Cardoso, assim como para as telas do capixaba Augusto Herkenhoff. Água, céu e montanha: esses são os focos das pinturas abstratas sobre algodão de Jacqueline Adam, que esbanjam luminosidade, refletindo de maneira bucólica o ar opaco das montanhas.
Texto e curadoria: Sonia Salcedo